sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

To answer Creedence Clearwater Revival's question, yes, I have seen the rain. And it sucks.

Quem aqui acha que o frio que se faz sentir lá fora e a chuva que não pára de cair é a prova definitiva que o aquecimento global é uma conspiração das potências políticas do mundo para controlar o povo através do pânico e medo no futuro e nos obrigar a comprar coisas caras como carros eléctricos, por favor ponha a mão no ar.

Muito bem. Um momento, por favor, enquanto vos risco da minha lista de pessoas por quem ainda tenho algum respeito.



Mudando de assunto, mas não muito, deixem-me falar dos meus sentimentos relativamente a esta chuva.

Não são bonitos. Como podiam? Chuva é basicamente água fria. É o parente irritante da neve (e eu detesto neve!) mas que aparece sempre nos jantares dos fenómenos meteorológicos bêbada, mas que têm de deixar entrar na mesma porque, enfim, é família e desta vez ela até prometeu não urinar para cima de ninguém como no outro dia. Chuva é desconfortável, desagradável e não me deixa conduzir bem. Chuva são gotinhas de sentimentos infelizes e tensão superficial.

Mais: não sei se repararam, mas Aveiro é uma cidade horizontal. E não é horizontal em cima de uma montanha como aquele planalto adorável no Up. Nãooooo, é horizontal ao nível do mar! Merdas inundam-se aqui a toda a hora.


acima: não Aveiro.

Eu prefiro o Verão. Não é que goste de praia, sol ou sair de casa, mas há algo no ar que eu não sei explicar. Uma certa leveza mística talvez. E posso andar de calções a toda a hora! O último Agosto foi o melhor mês do ano passado (mas isso talvez não esteja tanto relacionado com forças inefáveis como o facto de ter sido o primeiro e único mês em que simplesmente não tive nada para fazer). Por alguma razão fazem filmes chamados 500 Dias de Verão (prometo que um dia o vou ver!) e não filmes chamados 500 Dias de Vamos Deprimir o Público Até Cortarem os Pulsos. Acho que a indústria das pipocas também não ia achar muita piada.


À esquerda: sol e FUCKING SUNQUICK!!1 Olha como estão felizes. À direita: chuva = = emo.


Mas pior, pior que a chuva, é este sentimento generalizado de que não é assim tão má. Só há, para mim, dois tipos de pessoas no mundo:

a) as que gostam de chuva;
b) as que eu não quero estrangular com o fio do rato.

As do grupo a) argumentam que sim senhor que chuva faz bem às plantações e outras coisas biológicas afins e mais a mais podem ficar em casa enroladinhos num cobertor em frente à lareira a beber chocolate quente ou outra coisa qualquer que realmente só acontece nos anúncios de televisão da nescafé.

Ora, eu tenho alguns problemas com esta linha de pensamento.

Primeiro, eu não como nada que precise de água para sobreviver. Tenho orgulho na minha dieta exclusiva de Big Macs, atum e ice tea de manga. Se estão neste momento a dizer algo relativamente ao facto de algumas dessas coisas que eu disse precisarem definitivamente de água antes de se transformarem em hambúrgueres, outras até vivem na água e aliás uma delas é feita quase exclusivamente de água, então lamento informar-vos que não vos estou a ouvir porque tenho as mãos a tapar os ouvidos enquanto canto muito alto LÁLÁLÁLÁLÁ, técnica de argumentação extremamente eficaz que me ensinaram naquele reduto de excelência que é a Escola Primária das Pedreiras em Fiães.

Segundo, eu não tenho lareira nem cobertores. Aliás, permitam-me fazer o inventário do meu quarto: colchão. Lê-se: "colchão, ponto final".

Por isso, obrigado pela pneumonia, grupo a). Muito obrigado.

assholes


não estou realmente doente, já agora.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Resolução de Ano Novo

Numa altura em que este blog celebra o seu primeiro aniversário, sinto que a minha relação pessoal com ele entrou numa fase de estagnação emocional. Longe vão os dias em que acordava a meio da noite para escrever coisas idiotas com o mesmo entusiasmo com que agora acordo para receber um energy pack no mafia wars do facebook. Acho que algures no caminho perdi a perspectiva das minhas prioridades. É o que chamam a crise dos 7 anos[1] mas acho que com os blogs funciona em anos de cão ou assim.

Por isso faço da minha resolução de ano novo dedicar-lhe, e por extensão a ti querido(a) fã anónimo(a), um bocadinho mais. E, imagina, faço-o mesmo sabendo que não existes.

[1] Berman, Ellen M. "The Age 30 Crisis and the 7-Year-Itch", J. of Sex and Marital Therapy, 3, 3, 197-204, F 77, [link]