Ser violentamente acordado de um sonho.
Ontem estava a sonhar com um elaborado enredo digno de um filme de ficção científica. Num exemplo claro que o meu cérebro funciona melhor quando estou a dormir, a história envolvia um misterioso personagem (que tenho que supor era eu), perseguido por dois agentes do que seria o meu equivalente imaginário do FBI ou qualquer outra coisa sinistra e governamental. Perto do fim descobre-se, durante a minha autópsia, que eu era na realidade um extra-terrestre quando ao abrir o meu corpo se percebe que contém outro igual mas mais pequeno no seu interior, e outro no interior desse, por aí adiante ao estilo das
bonecas Matrioshka. Obviamente, eu tinha também uma fantástica amante loira com pernas até ao pescoço (e nas melhores partes do sonho, no
meu pescoço).
Eu estava-me a divertir. Como ver um filme particularmente interessante com a diferença que eu era o actor principal e não sabia que estava num filme. O que não estava no plano era o telemóvel tocar naquele irritante tom de desespero e acordar-me. E toda a gente sabe que uma vez acordado é impossível voltar ao mesmo sonho por muito que queiras.
Gosto de sonhar. Se algum dia alguém inventar um
Matrix sou o primeiro a
voluntariar-me. E se mais tarde
encontrar um
Morpheus digo-lhe em que sítio simpático pode enfiar o comprimido vermelho. Uma pista, não é na boca.
