Se há uma coisa que une todas as culturas ou religiões, além do ódio que sentem umas pelas outras, é o fascínio pelo seu próprio fim. De uma forma ou outra, todas incluem referências ao último dos dias, a maioria envolvendo fogo, sofrimento eterno e outras coisas que dóem, supostamente porque precisavam de histórias para obrigar os meninos a comer a sopa.
Os católicos chamam-lhe o
Armagedão, o dia em que o messias descenderá dos céus na sua nuvem mágica e abraçará a criação numa mensagem de paz, amor e morte.
Interpretação criativa da segunda vinda de Cristo
Os islâmicos chamam-lhe
Yawm al-Qiyāmah, ou o dia da Ressureição, e aparentemente será muito mau para
77% da população da Terra. Em alguns movimentos islâmicos, e assumindo que a wikipedia é precisa nestas coisas, uma batalha entre as forças do bem e do mal resultará finalmente numa era de iniquidade, promiscuidade, ateísmo e materialismo. Ou, como normalmente é conhecido, século XXI.
O calendário Maia termina a 21 de Dezembro de 2012, no fim do 13º
b'ak'tun, e a conclusão óbvia é que chegado esse dia vamos todos morrer numa torrente de desastres naturais,
efeitos gerados por computador e música de fundo. A conclusão menos óbvia, e também a mais provável uma vez que não consta que houvessem pilhas para calculadoras de bolso na América pré-Colómbica, é a de que os Maias não soubessem contar para além de 2012.
Os nórdicos, esses chamam-lhe
Ragnarök, o dia em que o lobo Sköll engole o sol e o seu irmão Hati, a lua, enquanto os filhos de Odin batalham nos planos de Vigird, num confronto que submergirá a Terra num mar de sangue divino.
Uma banda de Metal Viking a interpretar um tema que provavelmente envolve uma das palavras: Valhala, Asgaard, Thor, Brothers, Fire ou War.
E por aí fora.
Eu? Eu chamo-lhe quarta-feira à tarde. O dia que testa a minha vontade de viver. O dia em que contemplo o meu oblívio. O dia em que o meu desespero ganha proporções tais que gera um campo gravítico do qual nenhum sentimento feliz pode escapar. E um buraco negro não é algo agradável de trazer ao peito. Essa é a sina de quem escolheu a aula de magnetismo de nanoestruturas.
Suficientemente melodramático?
pelo o menos o professor é simpático e dá para gozar com o sotaque.